Aneurisma cerebral é uma dilatação das artérias do cérebro. Artérias são os vasos sanguíneos que levam o sangue ao cérebro, em contraste aos vasos que levam o sangue do cérebro de volta ao coração, que são chamados de veia. Este sangue é bombeado pelo coração, sob pressão, e levam nutrientes para o cérebro funcionar normalmente.
Este “encanamento” que leva o sangue pode ficar doente e suas paredes podem acabar se dilatando, formando por vezes pequenos sacos, parecidos com bexigas, contendo esse sangue sob pressão.
O perigo destes aneurismas é que eles podem se romper e, caso isso ocorra, o sangue sob alta pressão pode inundar ao redor do cérebro e comprimi-lo. Para se ter uma ideia, a pressão dentro do crânio é por volta de 15mmHg. Quando se rompe a artéria , essa pressão pode ir momentaneamente para mais de 80mmHg!
É por isso que o sintoma clássico sentido nessa hora é uma dor de cabeça súbita, intensa, descrita muitas vezes com a pior dor de cabeça da vida.
Esse é um caso para tratamento de urgência hospitalizado.
Em alguns casos, os aneurismas são descobertos antes de romper, por exames ocasionais, pois a maioria deles é assintomática (ou seja, sem sentir nada, nem dor de cabeça). Quando descobertos antes de romper, as chances de sequelas durante um tratamento são menores.
Então, baseado se o aneurisma rompeu ou não, podemos dividir esta doença em duas: aneurismas não-rotos e aneurismas rotos.
Aneurismas rotos:
Aneurisma associado ao sangramento devido a rotura. Este sangramento se chama hemorragia subaracnoideia
Quando suspeitar:
- Dor de cabeça muito forte, que aparece de forma súbita (de uma vez; diferente de uma dor que começa fraca e vai ficando forte)
- Náuseas e vômitos
- Dor na nuca ou rigidez da nuca
- Convulsão
- Perda de consciência
- Confusão mental
O que fazer?
- Buscar serviço de emergência
Aneurismas não-rotos
Raramente sintomáticos e geralmente pequenos
Quando investigar
- História familiar de aneurismas (2 ou mais familiares de primeiro grau com aneurisma)
- Aneurisma prévio
- Alguma doença genética com predisposição a aneurisma, como síndrome de Marfan, síndrome de Ehlers-Danlos tipo 4 ou doença dos rins policísticos.
- Quando seu neurocirurgião, neurologista ou médico suspeitar
Por que não investigar todo mundo?
Porque os exames também apresentam riscos, podem conter radiação e são caros.
Quais os tratamentos possíveis?
A decisão do tratamento vai depender muito do tipo, local, tamanho, característica e do paciente.
Os tratamentos existentes, nem sempre possíveis para todos os aneurismas, são:
- Clipagem microcirúrgica – nesta modalidade é colocado um clipe por fora do aneurisma
- Embolização endovascular – nesta modalidade é colocado molas e/ou stents por dentro do aneurisma
- Observação – às vezes, o risco do tratamento pode ser maior do que o risco do aneurisma romper
Qualquer uma das três opções possuem riscos, às vezes graves. É importante que sempre fique claro que nenhum tratamento é isento de riscos.